
Apadrinhamento
Sobre o Apadrinhamentos na O.T.O.
Faze o que tu queres será o todo da Lei.
Apresentação
Este guia rápido visa trazer ao candidato uma visão mais esclarecida sobre o que são os padrinhos e madrinhas dentro do contexto iniciático da Ordo Templi Orientis, formas de ser apadrinhado e o que esperar de um padrinho ou madrinha.
Tenha em mente que um Corpo Local pode ter um processo de candidatura que envolva formas de aproximação própria entre os membros que possam apadrinhar candidatos, principalmente ao Grau 0º (Minerval), e os possíveis candidatos. Para maiores informações, entre em contato com os Corpos Locais.
O Que é o Apadrinhamento
Em toda a Tríade do Homem da Terra (os Graus 0º a P.I. da Ordo Templi Orientis), a pessoa que deseja se candidatar à Iniciação a um determinado Grau irá precisar obter a assinatura de duas pessoas em seu formulário de requisição de Iniciação. Essas pessoas são chamadas de padrinhos e madrinhas.
Dentro da O.T.O., o apadrinhamento de um(a) candidato(a) não é o estabelecimento de uma relação religiosa ou filial. Mas ainda é uma relação de responsabilidade. O padrinho ou a madrinha são duas pessoas que assumemm perante à Ordem que aquela pessoa que está se candidatando é alguém apto a ser parte dos quadros da O.T.O. Isso inclui uma série de condições, tanto objetivas quanto subjetivas, que são analisadas pelo possível padrinho ou madrinha antes que este ou esta assine o formulário de pedido de candidatura. Estes requisitos podem ser vistos em nosso Guia Básico de Iniciação. Essa responsabilidade não se limita, porém, à entrada da pessoa na Ordem, eles se extendem por toda a permanência naquele Grau iniciático. Um padrinho ou madrinha sempre terá uma quota de responsabildade em relação às ações e comportamentos das pessoas que apadrinhou para aquele Grau.
Portanto, não se surpreenda se alguém a quem você pediu apadrinhamento for extremamente cuidadoso em sua avaliação. Apadrinhar uma pessoa que se candidata é uma decisão importante para ambas as partes e deve sempre ser feita com carinho, cuidado e responsabilidade.
Quem Pode Apadrinhar
A aptidão em apadrinhar uma pessoa que se candidate e um determinado Grau requer duas premissas básicas. A primeira é que a pessoa esteja em situação regular junto à Ordem. Isso significa que ela deve estar com suas taxas (anuidae) em dia e não tenha cometido nenhuma infração aos regulamentos da Ordem que a tenha colocado sob um relatório negativo. A segunda condição é que a pessoa tenha sido iniciada em um Grau igual ou maior ao que a pessoa que está se candidatando deseje de iniciar; excessão feita ao Grau 0º, que exige que a pessoa a apadrinhar tenha, pelo menos, o Grau Iº.
Um outro requisito vem do fato de que o apadrinhamento é uma ação voluntária. Isso significa que ninguém na Ordem é obrigado a apadrinhar nenhuma pessoa que se candidate. Esta é uma escolha puramente pessoal e deve sempre ser respeitada.
Obviamente, abordar alguém e perguntar se a pessoa está em dia com suas anuidades ou que não tenha cometido nenhuma infração junto à Ordem normalmente seria considerado uma grosseria. Da mesma forma, na O.T.O. considera-se falta de educação perguntar o Grau iniciático de alguém, e não é costume dos membros e membras da Ordem dizerem levianamente seus Graus (alguns Graus, inclusive, incluem uma proibição de fazê-lo). Então, simplesmente pergunte se a pessoa de quem você deseja apadrinhamento pode apadrinhar; normalmente, se ela puder e quiser, vai dizer que sim.
Processo de Apadrinhamento
Qualquer pessoa que cumpra os requisitos básicos para a candidatura à Iniciação pode ser apadrinhada (para mais informações sobre isso, consulte nosso Guia Básico de Iniciação). Mas é importante que você sempre tenha em mente alguns pontos importantes.
O processo de ser apadrinhado ou apadrinhada é uma responsabilidade sua, não da Ordem ou de possíveis padrinhos ou madrinhas. Corpos Locais podem dispor de ferramentas como grupos em redes sociais ou marcação de eventos específicos para isso, mas buscar por padrinhos e madrinhas é um reflexo da sua vontade em se iniciar. Diferente do que se faz em outras organizações iniciáticas, ninguém irá até você para lhe convidar à Iniciação, oferecendo-se para lhe apadrinhar ou coisa semelhante. Este movimento sempre deverá partir de você e de mais ninguém.
Isso significa que cabe a você encontrar seus próprios padrinhos ou madrinhas. Para tanto, utilize as ferramentas oferecidas pelos Corpos Locais: interaja em redes sociais, participe de eventos, converse com as pessoas. Em suma, apresente-se nos espaços fornecidos aos membros e membras da O.T.O. É entre essas pessoas que você poderá encontrar o apadrinhamento. Se você não se fizer conhecer, como poderá ser apadrinhado ou apadrinhada por alguém?
Caso você encontre alguém que possa lhe apadrinhar, converse com a pessoa. Deixe clara a sua intenção em se iniciar e que está procurando apadrinhamento. A honestidade é sempre o melhor caminho. Mas não seja uma pessoa abusiva ou intrusiva. Tenha o respeito e a educação que você gostaria que aquela outra pessoa tivesse também com você.
Considere que não se está procurando "currículo" para apadrinhamentos. Você pode, claro, apresentar seu caminho dentro da magia ou religião. Mas não imponha isso à pessoa como se fosse um troféu, pode soar pretencioso. Por outro lado, não ache que "não ter currículo" seja um demérito. Ninguém é obrigado a ter grandes conhecimentos de ocultismo para entrar na O.T.O.; pelo contrário, muitas pessoas que entraram na Ordem sem saber quase nada tornaram-se, depois, membros e membras proeminentes e de grande respeito.
Estabeleça um relacionamento de confiança com as pessoas. Novamente, honestidade é o melhor caminho. Quem está na O.T.O. costuma se relacionar com a Ordem mais como uma família do que como uma instituição. Por isso, um pensamento muito comum ao considerar uma pessoa para a Iniciação é quem está se propondo a apadrinhar considerar se aquela pessoa que a está abordando seria alguém que traria para sua própria família. Considere isso.
Por outro lado, pense se você também está estabelecendo uma relação com aquela pessoa. Lembre-se que vocês vão estabelecer um vínculo de responsabilidade. Você não tem a obrigação de ter naquela pessoa uma amizade íntima (e vice-versa), mas procure pessoas com quem você tenha algum tipo de identificação. Futuras conversas podem ser muito mais fáceis se isso for levado em conta.
Caso tudo corra bem, pergunte à pessoa se ela poderia lhe apadrinhar e aguarde a resposta com paciência e respeito. Muitas vezes a pessoa irá lhe responder na hora, mas pode ser também que ela peça um tempo para pensar. É um direito dela.
Em Caso de Positivo
Caso você tenha conseguido alguém para lhe apadrinhar, entre em contato com o Corpo Local onde você está requisitando iniciação e informe o nome de seu padrinho ou madrinha, normalmente à Secretaria. O Oficialato irá lhe informar quais procedimentos a serem feitos a seguir; estes vão depender dos próprios processos de preparação para a Iniciação do Corpo Local.
Lembre-se apenas que ter as duas pessoas lhe apadrinhando não é garantia de que você poderá se iniciar caso não cumpra os requerimentos necessários, conforme especificados em nosso Guia Básico de Iniciação.
Em Caso de Negativa
Por vários motivos, pode ser que a pessoa a quem você pediu apadrinhamento lhe dê uma negativa. É preciso saber lidar com isso da forma correta. Nunca se esqueça que o apadrinhamento é uma decisão pessoal que deve ser respeitada por todas as partes envolvidas.
Você pode preguntar à pessoa o motivo para ela não lhe dar o apadrinhamento. Mas responder ou não a isso é uma escolha da pessoa que você deve respetiar. Se a pessoa decidir lhe informar por sua própria decisão ou por responder à sua pergunta, respeite seus motivos. Acolha-os e os considere. Dificilmente terá sido uma decisão leviana.
Tente não desenvolver sentimentos de inferioridade, inadequação ou rejeição por ter tido um apadrinhamento negado. E, muito menos, ressentimento contra a pessoa que decidiu não lhe apadrinar. Leve em consideração e medite sobre o motivo da pessoa ter recusado lhe apadrinhar.
Não se esqueça que ter um apadrinhamento recusado não siginifica que aquela Iniciação lhe esteja negada automaticamente. Você é livre para procurar ourtas pessoas que lhe apadrinhem. A decisão de apadrinhar leva em conta muitos conceitos e avaliações pessoais, subjetivos. E estes vão ser diferentes de pessoa para pessoa. Assim, mesmo que um membro ou membra tenha lhe recusado o apadrinhamento, alguma outra pessoa poderá aceitar.
Cuidados
Não se esqueça de que a pessoa que você está se aproximando visando um apadrinhamento não necessariamente é alguém próximo a você. Em primeira mão, é uma pessoa desconhecida. Então, evite encontros em lugares perigosos ou privados. Marque sempre encontros em locais públicos, de preferência com os quais você tenha familiaridade. E sempre avise a alguém de confiança onde você estará. Caso a pessoa insista em se encontrar com você em locais privados, tenha em mente que este não é um comportamento sancionado ou aprovado pela O.T.O. Também não é sancionado, recomendado ou aprovado pela O.T.O. que a pessoa faça qualquer tipo de exigência para o apadrinhamento, seja cobrando, pedindo presentes e favores ou impondo condições. E, obviamente, nenhum tipo de comportamento abusivo ou assédio é aceitável. Em qualquer um desses casos, entre em contato imediatamente com o Oficialato do Corpo Local onde você está buscando se Iniciar e informe o ocorrido.
Lembre-se sempre que o proselitismo não é algo aceito na O.T.O. Membros da O.T.O. costumam ser discretos em relação às suas funções na Ordem e não se anunciam como Iniciadores. Muito menos procuram convencer pessoas a se Iniciar. Se alguém se aproximar de você oferecendo apadrinhamento ou Iniciação, para qualquer Grau, desconfie sempre. Quase certamente essa pessoa não é um membro da O.T.O. Em caso de dúvida, procure o Oficialato do Corpo Local.
Amor é a lei, amor sob vontade.